quarta-feira, 13 de julho de 2016

“Consciência ecológica”


Antes que alguém caia de pau neste meu post, não sou contra ter consciência ecológica, bem pelo contrário, sempre tive uma postura de ajudar na preservação do meio-ambiente, mas quero relatar aqui um fato no mínimo interessante.

Outro dia recebi em meu celular uma mensagem de minha operadora de telefonia móvel que dizia mais ou menos isso: “ Ajude-nos a preservar o meio-ambiente opte por receber sua fatura digital, responda OK caso queira continuar a receber a fatura impressa”. 

Como a mensagem é sugestiva se você não responder “OK”, automaticamente deixa de receber pelo correio sua fatura, a primeira instância parece ser um gesto nobre, mas após alguns momentos de reflexão me veio à mente que, tanto o custo de impressão e envio, como o custo da chamada fatura digital já deve estar embutido no preço do serviço mensal, ou seja, já pagamos por isto.

Então como bom contador que sou, fiz uma pequena estimativa de quanto seria este custo de impressão, levando em conta o custo de uma folha A4, o custo médio de impressão de toner e o custo mínimo de envio de uma carta cobrado pelos correios, com isto cheguei a meros R$ 2,50 por folha impressa, mas para efeitos deste comentário considerei apenas R$ 1,00.

Vendo recente matéria onde a Anatel divulgou ranking 2015 de participação no mercado, a dita operadora possui 66 milhões de linhas ativas, fiz uma pequena continha (que pode até não estar correta, mas serve como exemplo), se os 66 milhões tiverem está chamada “consciência ecológica” a operadora em um único mês poderia conseguir R$ 66 milhões a mais de lucro, chegando a incríveis R$ 792 milhões em um ano.

A operadora deveria no mínimo descontar o custo de impressão para os clientes que fizessem a opção pela fatura digital, reduzindo assim o valor cobrado.

Agora analisando outro fator, o papel utilizado para impressão vem de florestas renováveis e é de fácil reciclagem, sendo que esta reciclagem gera emprego e renda para diversas famílias. Com isto, vejo que teríamos melhor consciência ecológica se separássemos nosso lixo em casa, destinando para reciclagem a conta impressa após seu uso juntamente com o restante do material que pode ser reciclado.

E o interessante é que em recente reportagem de abril de 2016, a mesma operadora foi autuada pela fundação do meio-ambiente de Santa Catarina por atuar sem licença ambiental.

Fica a dica.


terça-feira, 5 de julho de 2016

Entendendo o EBITDA


O EBITDA (Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization) é um dos indicadores mais utilizados na gestão financeira das empresas. Formalmente conhecido em nossa contabilidade como LAJIDA, ou Lucro Antes dos Juros, Imposto de renda, Depreciação e Amortização.

Ele é considerado um índice muito importante para medir a operacionalidade e eficiência das empresas, pois na sua composição leva em conta apenas os aspectos operacionais.

Não pode ser confundido com o fluxo de caixa.

A melhor maneira de se calcular o EBITDA é através da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

A fórmula mais utilizada para o cálculo do EBITDA é a seguinte:

Lucro antes dos impostos (Imposto de renda e Contribuição Social)
(+) Despesas financeiras líquidas (resultado financeiro)
(+) Depreciação (efeito sobre ativos imobilizados)
(+) Amortização (efeito sobre ativos intangíveis)
(=) EBITDA

Como muitas empresas apresentavam diversas fórmulas de calcular o EBITDA a CMV em 2012 publicou a Instrução Normativa 527 (IN CVM 527/12), onde, nesta instrução procurou definir como as empresas deveriam calcular e apresentar o EBITDA.

Conforme a IN 527/12

“ I – LAJIDA - resultado líquido do período, acrescido dos tributos sobre o lucro, das despesas financeiras líquidas das receitas financeiras e das depreciações, amortizações e exaustões; ”


Qualquer forma de cálculo divergente da apresentada na IN deveria apresentar o termo “EBITDA AJUSTADO”, e as divergências do cálculo deveriam ser apresentadas em nota explicativa.